No que consiste o tratamento preliminar de um paciente com Covid 19?
De
acordo com a Diretrizes para Diagnóstico e Tratamento da COVID-19, do
Ministério da Saúde, publicada em 08.05.2020, o tratamento sintomático
compreende:
Opções
para o controle da febre, dor, tosse seca e náuse. Dessa forma, sugere-se a utilização
de antipiréticos, analgésicos, antitussígenos/expectorantes e antieméticos,
sempre que haja indicação clínica, respeitando o quadro do paciente e as
contraindicações adjacentes.
No
caso específico da analgesia e controle da febre, recomenda-se,
preferencialmente, dipirona ou paracetamol.
A
OMS, a partir do pronunciamento de autoridades sanitárias francesas e do estudo
de Fang et al. (2020), recomendou, inicialmente, que fosse evitado o uso de
ibuprofeno em pacientes com COVID-19, com base no mecanismo de replicação do
SARS-CoV-2. Posteriormente, no dia 19 de março de 2020, a OMS voltou atrás
nessa recomendação. Sendo assim, amparada nas evidências e incertezas sobre a
utilização de ibuprofeno, a recomendação é preferencial ao paracetamol e à
dipirona.
Pacientes
que fazem uso continuado de ibuprofeno não devem interromper o tratamento sem
que haja recomendação médica expressa (APÊNDICE 5).
Ademais,
é importante garantir a adequada suplementação energética com estímulo à
ingestão de dieta balanceada ou adaptada às necessidades do paciente. Nutrição
enteral pode ser introduzida quando o paciente não puder ingerir alimentos na
rotina oral.
É
importante que seja feito o manejo adequado do paciente, de forma a evitar
úlceras por pressão.
São
indicados inibidores da bomba de próton (ex: omeprazol) naqueles pacientes com
risco de sangramento gastrintestinal (ventilação mecânica ≥ 48h, disfunção da
coagulação, terapia de substituição renal, doença hepática, e maior pontuação
de falência de órgãos [SOFA score]).
Para
pacientes com dispneia, tosse, sibilo, SARS e dificuldade respiratória devido
ao aumento da secreção das vias respiratórias, sugere-se o uso de
anticolinérgicos (ex. brometo de ipratrópio).
Naqueles
pacientes com disfunção de coagulação, para reduzir o risco de tromboembolismo,
pode-se utilizar um anticoagulante, como a heparina.
A
indicação de terapias farmacológicas de suporte deve seguir as orientações em
bula e respeitar as eventuais contraindicações presentes.
Até
o momento, não existem evidências robustas de alta qualidade que possibilitem a
indicação de uma terapia farmacológica específica para a COVID-19.
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