DIRETRIZ EBSERH DE HUMANIZAÇÃO: Assistência Humanizada para Melhoria da Qualidade em Saúde
Portaria-SEI nº 2, de 27 de março de
2018
APRESENTAÇÃO
A
presente Diretriz tem como objetivo recomendar rol
mínimo de atividades em umanização da atenção hospitalar a serem implementadas,
executadas, monitoradas e avaliadas na Rede Ebserh, a fim de que
possibilite um trabalho coeso em rede.
A
escolha de rol mínimo de atividades para a humanização nos hospitais que compõem
a Rede Ebserh, assim como já realizado com a vigilância em saúde e a segurança
do paciente, faz-se necessária para que sejam harmonizadas as práticas de uma
mesma rede, o que tende a potencializar os resultados. Esta primeira diretriz
contém elementos básicos e com ela são esperados avanços práticos de tal forma
que possibilite a publicação de novas diretrizes que venham contemplar ações de
maior complexidade e, assim, possam gradativamente implementar todas as demais
ações propostas pela Política Nacional
de Humanização (PNH) para a assistência hospitalar.
Vale
salientar que diversos hospitais que compõem a Rede Ebserh já possuem trabalhos
em humanização, alguns de grande destaque nacional e internacional, o que
favorece a implementação de ações nos demais hospitais com as trocas de
experiências em rede.
Por
outro lado, definiu-se como necessária a adição de um documento formal a essas
ricas experiências, a fim de harmonizar conceitos, definir prioridades e elevar
essas instituições a uma condição mínima de adequação aos principais requisitos
da PNH, promovendo ciclos virtuosos de melhoria contínua para a humanização da
assistência prestada aos usuários. A ampliação das atividades para além das
aqui propostas são incentivadas. Os hospitais têm autonomia para implementar
novas ações.
Desta
forma, esperamos que essa Diretriz, que passou por consulta pública interna à
rede Ebserh e foi validada pelos hospitais em oficina realizada no dia 07 de
dezembro de 2017, seja o documento orientador e motivador de mudanças para a
introdução ou o aprimoramento de práticas assistenciais humanizadas, bem
como possam proporcionar a formação de profissionais de saúde que sejam capazes
de aliar o uso das evidências científicas de melhor qualidade ao atendimento
personalizado e humanizado.
INTRODUÇÃO
A
Política Nacional de Humanização (PNH) da Atenção e Gestão no Sistema Único de
Saúde (HumanizaSUS) busca a
valorização dos diferentes sujeitos envolvidos no processo de produção de saúde:
usuários, trabalhadores e gestores. Os valores que norteiam esta política
são a autonomia e o protagonismo dos sujeitos, a corresponsabilidade entre
eles, o estabelecimento de vínculos solidários e a participação coletiva no
processo de gestão.
Humanizar
é ofertar atendimento de qualidade, articulando os avanços tecnológicos com acolhimento,
melhoria dos ambientes de cuidado e das condições de trabalho dos
profissionais.
Criada
em 2003, a PNH tem por objetivo qualificar práticas de gestão e de atenção em saúde.
Uma tarefa desafiadora, uma vez que, na perspectiva da humanização, isso
corresponde à produção de novas atitudes por parte de trabalhadores, gestores e
usuários, de novas éticas no campo do trabalho, incluindo aí o campo da gestão
e das práticas de saúde, superando problemas e desafios do cotidiano do
trabalho.
A desumanização da gestão e do cuidado em saúde representada por
inúmeras filas, isolamento das pessoas de suas redes sócio familiares durante o
período de internação, práticas de gestão autoritárias e trabalhadores tratados
como recursos e insumos, tem levado à perda significativa do sentido do cuidado.
A PNH define a humanização como um modo de fazer inclusão, como uma prática
social ampliadora dos vínculos de solidariedade e corresponsabilidade, realizando-se
pela inclusão nos espaços da gestão, do cuidado e da formação, de sujeitos e de
coletivos.
A
Humanização é uma estratégia de interferência no processo de produção de saúde,
levando-se em conta que sujeitos sociais, quando mobilizados, são capazes de
transformar realidades e a si próprios nesse mesmo movimento. Para
humanizar as práticas de gestão e de cuidado, a Política Nacional de
Humanização propõe que se incluam no
planejamento das instituições os diferentes atores envolvidos (trabalhadores,
estudantes, usuários e gestores), para implementar e avaliar a assistência
e a formação dos profissionais.
DIRETRIZES E DISPOSITIVOS DA POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO
A
humanização deve ser abrangente, deve atingir todos os setores do hospital. No
entanto, é oportuno escolher as primeiras áreas a serem trabalhadas,
assegurando ao processo um resultado impactante e sustentável.
É
importante a identificação dos problemas mais emergenciais, os quais devem ser
objeto de priorização na elaboração dos planos de ação. Ressalta-se que
as ações pontuais de unidades específicas devem ter o tratamento adequado, a
fim de propiciar um ambiente favorável à humanização em toda a instituição.
Os
projetos devem respeitar a singularidade de cada hospital universitário e o
meio no qual esse se encontra inserido, buscando trabalhar dois parâmetros
interdependentes, direcionando a humanização ao usuário e também aos
profissionais de saúde. Todas as ações devem estar em consonância com os princípios
da PNH: transversalidade; indissolubilidade entre atenção e gestão; protagonismo,
corresponsabilidade e autonomia dos sujeitos e coletivos.
A
Política Nacional de Humanização atua a partir de orientações clínicas, éticas
e políticas, que se traduzem em determinados arranjos de trabalho. Propõe como método
a gestão participativa e cogestão, que se apresenta como uma “tríplice
inclusão”, incluindo sujeitos, coletivos para produzir mudanças nos modos de
cuidar e de se fazer gestão, as quais decorreriam da “produção de plano e ação
comum” entre sujeitos, guiados pelo pressuposto ético de produzir saúde com o
outro.
As
ações devem ser centradas no trabalho em equipe, na construção coletiva e em colegiados
que garantem que o poder seja de fato compartilhado, por meio de
análises, decisões e avaliações construídas coletivamente.
Os
profissionais de saúde devem trabalhar em conjunto com os usuários dos
serviços, promovendo o cuidado centrado na pessoa, auxiliando assim os usuários
a desenvolverem conhecimentos, aptidões e a confiança que precisam para
gerenciar suas tomadas de decisões de forma mais efetiva. A assistência deve
ser coordenada e adaptada às necessidades do indivíduo.
É
fundamental assegurar que as pessoas sejam tratadas com dignidade, compaixão e respeito.
Os profissionais de saúde devem considerar os usuários como parceiros na
prevenção e promoção da saúde.
No
intuito de apoiar os Hospitais Universitários Federais (HUF) na implantação, implementação
e expansão das atividades que fortaleçam o processo de humanização da gestão e do
cuidado, essa diretriz discorrerá a respeito de algumas ações e de dispositivos
preconizados pela PNH:
1.
Grupo de Trabalho de Humanização
2.
Visita aberta e direito ao acompanhante
3.
Sistemas de escuta qualificada
4.
Desospitalização
5.
Acolhimento em função de
vulnerabilidade/risco
6.
Carta de direitos dos usuários do SUS
7.
Ambiência
8.
Valorização dos trabalhadores
9.
Brinquedoteca
Também
compõem esse documento propostas de projetos, nos anexos III e IV, os quais podem
ser desenvolvidos pelos HUF, desde que sejam adaptados às necessidades e às
realidades locais.
Espera-se
com esse documento ampliar as discussões sobre a humanização da assistência hospitalar,
contribuindo para a melhoria do cuidado oferecido aos usuários atendidos pelos hospitais
da Rede Ebserh a partir de ações efetivas nesta importante temática.
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FONTE: AQUI
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