Governo Federal deve anunciar uma série de medidas para conter gastos com o funcionalismo público
Com dificuldades para fechar as
contas, o governo deve anunciar uma série de medidas para conter gastos com o
funcionalismo, entre elas o congelamento
dos reajustes dos servidores do Executivo, previstos para 2018. Também está
sendo negociada a fixação de um limite de R$ 5 mil para os salários de
servidores em início de carreira e corte de gastos em benefícios como
auxílio-moradia, auxílio-reclusão e ajuda de custo.
A ideia do governo é postergar para janeiro de 2019, ou seja, em um ano,
os reajustes prometidos a maioria das carreiras de funcionários públicos. A
medida traria uma economia de cerca de R$ 9 bilhões para o próximo ano,
ajudando a fechar as contas do orçamento. A previsão é que o adiamento dos
aumentos seja parte de um “pacote” de medidas para controlar as despesas com o
funcionalismo, que representam o segundo maior gasto no Orçamento, atrás apenas
do pagamento de aposentadorias e pensões.
A maior parte desses aumentos foi aprovada ainda no ano passado pelo
Congresso, e agora é preciso nova alteração legislativa para adiá-los. O mais
provável é que a proposta seja encaminhada em uma ou mais Medidas Provisórias
(MPs), que têm vigência imediata. Encontrará forte resistência do
funcionalismo, que já se articula para promover paralisações e pressionar
parlamentares.
Hoje, os servidores de algumas
carreiras já entram ganhando salário próximo do teto do funcionalismo (R$33,9
mil), o que deixa pouco espaço para a progressão. Ainda estão sendo definidas
as carreiras que serão atingidas por essa limitação – restrita, no momento, a
servidores do Executivo.
Categorias como analistas do Tesouro e do Banco Central e auditores da
Receita têm os salários iniciais mais altos – estes últimos, de R$ 19,2 mil. A
discrepância é ainda maior quando entram na comparação os salários da
iniciativa privada. O rendimento médio no País hoje é de R$ 2,1 mil ao mês.
Também podem ser anunciadas a revisão de auxílios pagos ao
funcionalismo, como auxílio moradia e ajudas de custo. Segundo o Ministério do
Planejamento, nove tipos de auxílios pagos a servidores de todos os poderes
(Executivo, Legislativo, Judiciário, Ministério Público da União e Defensoria
da União) consumiram R$ 16,6 bilhões no ano passado – R$ 12,9 bilhões somente
no Executivo. Mas nem todos os auxílios serão revistos neste momento.
Entrou na
discussão também mudanças no auxílio-reclusão, pago a dependentes de presos que
contribuíram ao INSS. O corte economizaria R$ 600 milhões por ano.
FONTE: Estadão
FONTE: Estadão
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