O que vem a ser Patrimônio Líquido Negativo na EBSERH
Na
semana passada, na coluna “Poder em jogo” do jornal O Globo,
foi publicada uma pequena nota, sobre o “possível” endividamento de
algumas empresas públicas, englobando todas as Estatais Federais, sem
distingui-las, em torno das decisões políticas. Ao citar dados sobre a Empresa
Brasileira de Serviços Hospitalares, a renomada jornalista esqueceu de
aprofundar seus estudos na história do SUS e da própria EBSERH.
A
nota causou uma apreensão nos trabalhadores da Estatal, mas, como todos sabem, a EBSERH é 100% dependente do Tesouro Nacional e não gera
lucro, logo é natural (a grosso modo) que o valor das obrigações para com
terceiros (inclusive a União) seja superior ao dos ativos, ocasionando o
Patrimônio Líquido Negativo (o mesmo citado na coluna como “endividamento sem
lastro patrimonial”).
Sobre
a veracidade e origem das informações da “Terapia Bilionária”, são dados
extraídos do Boletim das Empresa Estatais, divulgados trimestralmente pela SEST
do Ministério do Planejamento. Realizando a leitura das pouco mais de 40
páginas do Boletim do 2º Trimestre de 2017, sobre a EBSERH destacam-se as
seguintes informações:
Quanto ao orçamento, ao contrário do que
a jornalista tentou induzir, a EBSERH cumpriu com o orçamento de 2016 e executou
menos de 50% do orçamento de 2017 até agosto/17. Além disso, a Estatal realiza a gestão com 39 hospitais
universitários federais, sendo responsável pelos investimentos em insumos,
medicamentos, infraestrutura física e tecnológica, além de ser responsável
pelos mais de 24 mil empregados que foram contratados conforme o
dimensionamento dos serviços das suas filiais.
Enfim, os números demonstram que apesar
da EBSERH ser a estatal com maior quantitativo de quadro de pessoal dentre as
empresas dependentes do Tesouro Nacional, possui orçamento no mesmo padrão de
outras Estatais e com Patrimônio Líquido Negativo significativamente menor. O
Ministério do Planejamento ainda destaca que a EBSERH está fora da lista de
estatais em estudo para reestruturação.
Aos
trabalhadores da EBSERH, cumpre destacar que devemos continuar os trabalhos com
foco em prestar atenção à saúde de excelência para a população e fornecer um
cenário de prática adequado ao ensino e pesquisa para docentes e discentes, sem
permitir que a gestão da empresa e o governo deixem de cumprir com os direitos
dos trabalhadores e exigindo respeito ao instrumento da negociação coletiva.
*Por: Jeovane
Marques Martins – Assistente Administrativo do HC da UFG, Membro Titular da
Mesa Nacional de Negociação com a EBSERH.
Deveria ganhar um processo essa reporter só assim aprenderia.
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