OAB critica a reforma da previdência que está tramitando na Câmara dos Deputados
O
presidente nacional do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil - OAB, Claudio Lamachia, criticou a forma açodada com que o debate
sobre a reforma da previdência vem
sendo conduzido na Câmara dos Deputados. Lamachia esteve na tarde desta
quarta-feira (14.12) na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara para
acompanhar a discussão do tema. Saiu de lá convicto de que a pressa do governo
em tratar do assunto fere princípios básicos da democracia. Durante a Audiência
Pública Reforma da Previdência, promovida na sede do Conselho Federal da OAB,
ele defendeu a realização de um amplo debate sobre a reforma.
“A ideia
da reforma da previdência como está posta fere a democracia. Um tema desta
magnitude não pode ser tratado com o açodamento com que se pretende tratar e da
forma como está sendo conduzida na Câmara dos Deputados. A OAB defende a ideia
de realização de audiências públicas para que possamos ter especialistas da
área e entidades que têm estudos realizados sobre o tema que possam fazer o
contraponto a um projeto que foi encaminhado pelo governo e que entendemos haver ali inúmeros indícios de
inconstitucionalidade. O debate tem de ser aprofundado num tema como esse
de tamanha importância para a sociedade brasileira”, disse Lamachia.
O
presidente da Ordem defendeu que o momento político, permeado de denúncias de
corrupção envolvendo políticos de diferentes partidos e integrantes de governo,
demonstra que este não seria o momento propício para a discussão do tema. “Este
não seria o melhor momento para que estivéssemos debatendo a reforma da
previdência porque estamos diante de uma
crise ética e moral sem precedentes no Brasil. Acusações por todos os lados
e de todas as ordens e, portanto, a própria legitimidade da discussão deste
tema neste momento me parece ficar prejudicada. Temos de debater um tema desta
importância e desta magnitude com um Congresso que esteja absolutamente
fortalecido e acima de tudo representativo”, criticou ele.
Durante a
abertura da audiência pública, Lamachia deixou claro que a OAB não é contra uma
reforma da previdência. “Não somos contra a ideia de reforma da previdência.
Entendemos que ela precisa sim ser reformada, mas somos contra retrocesso
social. Somos contra o que está posto aqui hoje. Isto fere o princípio primeiro da democracia, que é o debate e a troca
de ideias”, afirmou ele.
Em
seguida, o dirigente máximo da OAB afirmou ser inadmissível aceitar uma
proposta, como a apresentada pelo governo, que ameaça o futuro de milhões de
brasileiros que poderiam contribuir com a previdência sob o risco de jamais
conseguir se aposentar. “É inadmissível que se possa pensar que tenhamos, a
partir da aprovação de uma proposta como esta, a necessidade de defender que a
população brasileira tenha de começar a trabalhar aos 16 anos para se aposentar
aos 65 anos, contribuindo durante 49
anos. Quando vemos as estatísticas, a média de expectativa de vida em
diversos estados da federação não chega aos 65 anos de idade. Significa dizer que muitos dos nossos
irmãos vão contribuir e não vão se aposentar. Não quero acreditar que
os representantes do povo venham a aprovar um projeto que fira desta maneira o direito à cidadania, disse ele.
FRENTE EM DEFESA DA PREVIDÊNCIA
FRENTE EM DEFESA DA PREVIDÊNCIA
Durante o
encontro, ficou decidida a criação de uma frente ampla, sob a liderança da OAB
e em parceria com as entidades que participaram da audiência pública, para a
defesa da previdência social. Essa
frente seria responsável por promover debates sobre a previdência, com a
participação de especialistas no tema para buscar soluções para o assunto.
Outro objetivo central do grupo será promover a comunicação entre as entidades
e com a população para evitar que os congressistas atropelem o debate e aprovem
um texto sem que se possa discutir detalhes da reforma.
"O objetivo é orientar a sociedade a
respeito do que vem acontecendo no Congresso, de como essa proposta de reforma
da previdência vem sendo apresentada a toque de caixa, usurpando direitos
constitucionais, burlando o regimento interno”. Uma reforma da previdência
que vai tirar de vários brasileiros a possibilidade de aposentadoria em virtude
da idade mínima. Fizemos essa construção para proteger o cidadão, explicou o
presidente da Comissão Especial de Direito Previdenciário, Chico Couto.
A
audiência pública promovida pela OAB teve
a presença de representantes do:
Conselho Federal de Medicina,
Sindicato Nacional dos
Analistas-Tributários da Receita,
Conselho Administrativo de Recursos
Fiscais (CARF),
Associação dos Advogados do
Centro-Oeste de Minas Gerais,
Associação dos Juízes Federais do
Brasil (AJUFE),
Fundação dos Economiários
Federais (FUNCEF),
Federação dos Aposentados e
Pensionistas do Estado de São Paulo,
Associação dos Aposentados e
Pensionistas do Banco do Brasil,
Associação Nacional Independente
dos Dirigentes Eleitos de EFPC,
Confederação Brasileira de
Aposentados, Pensionistas e Idosos.
E Associação Nacional dos
Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil.
FONTE: AQUI
Acompanhe a PEC 287/2016: AQUI
Acompanhe a Comissão
Especial de Direito Previdenciário da OAB: AQUI
Comentários
Postar um comentário