DEUS CONOSCO
ANO XLVIII - nº 10 - 25.02.2018 - ANO B.
DEUS CONOSCO – SEMANÁRIO LITURGICO
2º
Domingo da Quaresma
ESTE É MEU FILHO
AMADO! ESCUTAI-O!
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CATEQUESE BÍBLICO-MISSIONÁRIA
No início da Quaresma entramos em clima de reflexão a
partir da triste realidade da tentação e da necessidade de conversão permanente.
Quaresma não tem um sentido em si, mas na meta que a justifica: a Páscoa do
Senhor. A meditação sobre o pecado, a tentação e
o sofrimento de Jesus deve nos provocar uma conversão para chegarmos renovados à Ressurreição do Senhor.
ALIANÇA
NO SANGUE DO FILHO
Deus faz aliança com Abraão depois de exigir uma
obediência total: o sacrifício de seu filho Isaac, que ele tanto amava. Como
sabemos, Deus acolheu sua obediência, mesmo sem ter chegado ao extremo da
prova. O Filho amado de Deus, contudo, foi ao extremo, sendo sacrificado. Isaac
carrega a lenha, Jesus carrega a cruz. Isaac não recusa ser morto. O Filho,
mesmo sofrendo, quer fazer a vontade do Pai. A aliança do homem para com
Deus está no acolhimento de sua vontade. A promessa de Deus para Abraão é a
descendência. O Pai dá ao Filho não uma descendência, mas a Ressurreição e com
ela todos os que nele creem.
ELE SE
TRANSFIGUROU
Antes de subir o monte Calvário, Jesus sobe o monte
Tabor. Isaac sobe o monte com a lenha; Jesus sobe o monte Calvário com a
cruz às costas; sobe o monte Tabor com o brilho da divindade. Qual a razão de
se colocar a passagem da transfiguração durante a Quaresma? Isso ocorre todos
os anos, como ocorre também à narrativa da tentação de Jesus no deserto, no
primeiro domingo da Quaresma. Essa imagem glorificada mostra que a Paixão chega
à Ressurreição dos mortos. De agora em diante, a Lei e os Profetas,
representados por Moisés e Elias, só se entendem a partir de Jesus. Ele é a Divindade que se manifestou. Por isso, a nuvem que simboliza a presença de Deus
provoca o santo temor. A transfiguração de Jesus é uma demonstração aos
discípulos e a nós, que preparamos a Páscoa, que também seremos
transfigurados pela conversão e a graça da Ressurreição.
ESTE É
MEU FILHO AMADO, OUVI-O
Celebrar uma aliança é sempre assumir um
contrato. As palavras de Deus se unem à resposta do homem. Deus promete a
Abraão uma descendência que será grande. Ao enviar seu Filho para selar a
aliança com seu sangue, propõe para nós o compromisso de ouvir sua Palavra,
pois Ele é a Palavra viva. A Ele vamos ouvir. Se nos deu o Filho, não nos daria tudo com Ele? Ouvir o
Filho é corresponder à aliança e chegar à transfiguração.
Ao iniciar seu ministério, Jesus insiste: "Convertei-vos e crede no
Evangelho". Crer é acolher a aliança que
Deus faz conosco em seu Filho. Assim poderemos
celebrar a Páscoa com um pão puro.
Pe. Luiz Carlos de Oliveira, C.Ss.R.
ANO XLVIII - nº 9 - 18.02.2018 - ANO B.
DEUS CONOSCO – SEMANÁRIO LITURGICO
1º
Domingo da Quaresma
O REINO DE DEUS ESTÁ
PRÓXIMO!
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CATEQUESE BÍBLICO-MISSIONÁRIA
O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS!
Quaresma
significa 40 dias
(Quadragesima dies) de preparação para a Páscoa.
No primeiro domingo se abre a perspectiva da Vigília Pascal que lhe deu origem.
Temos, então, a promessa, a realização e o anúncio. Neste ano vamos refletir
sobre as alianças que Deus fez conosco.
ESTE É O SINAL DA ALIANÇA
O caminho
quaresmal busca nas Sagradas Escrituras como preparar a Páscoa. No ano B, temos
a temática da aliança. Iniciamos pela aliança com Noé, chamada aliança
da terra. A seguir, vem à aliança com Abraão na promessa de uma
descendência; aliança com o povo no Sinai, pela qual Deus perdoa
o povo; aliança no coração e, por fim, a nova aliança feita em
Jesus.
Na aliança com Noé, depois da destruição
do dilúvio, Deus dá a certeza da paz sobre a terra devastada. O
arco-íris é lembrado como uma arma mortal, um arco de guerra, que se
transformou em enfeite. Não mais vai destruir a terra.
CONVERSÃO PARA A ALIANÇA
A arca de Noé é
assumida como um modelo para o tempo da Quaresma porque lembra que a
salvação veio pelas águas do Batismo, que purificam e dão vida nova. O Mistério Pascal de Cristo é nossa
purificação. Jesus, em sua morte e ressurreição, não só realiza fatos, mas
concretiza o projeto redentor de Deus. As águas do mal
não o afogaram porque Deus estava com Ele.
Nossa
participação no mistério de Cristo nos faz viver o mesmo momento de ondas do
pecado, mas confiados nele temos como vencer. Participamos com Ele da tentação
e com Ele vencemos pela conversão.
CREDE NO EVANGELHO
"O tempo se
completou e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos
e crede no Evangelho" (Mc 1,15). A vitória de Jesus sobre Satanás
marca o início do novo tempo. Toda a preparação do povo de Israel e mais ainda
de todos os tempos da História chegará no seu ponto maior. Completou-se o
tempo. Com Jesus começa um novo tempo, o tempo de Deus agir para acolher a
todos.
A vida nova se
inicia para cada um na conversão: mudança radical de nosso viver para uma
orientação baseada no Reino de Deus, que é seu dinamismo em nós.
Pe. Luiz Carlos
de Oliveira, C.Ss.R.
ANO XLVIII - nº 7 - 11.02.2018 - ANO B.
DEUS CONOSCO – SEMANÁRIO LITURGICO
6º DOMINGO DO TEMPO COMUM
ELE TEM COMPAIXÃO DOS
POBRES E INFELIZES!
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CATEQUESE BÍBLICO-MISSIONÁRIA
As leituras
deste domingo nos colocam diante da grande novidade trazida por Jesus: todos nós temos o poder de purificar. Naquela época
não havia os conhecimentos que temos hoje a respeito da saúde, da higiene
e da transmissão das doenças.
Como nos diz a
primeira leitura, todo doente se transformava numa ameaça para as pessoas das
casas e das aldeias. Eles não sabiam da existência de vírus, nem de bactérias.
Uma pessoa doente era um foco de contaminação. Assim, quem tinha qualquer
doença devia ser afastado da convivência e passar um período de quarentena até
ficar bom. Essas pessoas eram consideradas "impuras". Todo impuro era
excluído, marginalizado. Esse processo de exclusão era feito em nome da Lei de Deus. Dessa forma, a religião
misturava doença com pecado e castigo, com possessão do demônio e maldição.
Assim, a pessoa, além de toda angústia causada pela doença, ainda era excluída
pela religião como uma pecadora castigada por Deus. A doutrina oficial ensinava
que, em nome da Lei de Deus, os impuros deviam ser afastados da Comunidade
porque contaminavam os puros.
Jesus trouxe um
ensinamento novo. Ele dizia o contrário: os puros devem ir ao encontro dos
impuros, tocar neles, conviver e comer com eles. Jesus ensinava que os puros é
que purificam os impuros. Portanto, não há razão
para marginalização e exclusão dos enfermos. Assim, Jesus passou a
conviver com os doentes, considerando-os livres e purificados.
Esse poder de
purificar causou muito impacto no povo e a fé em Jesus levou muita gente a
imitar a atitude livre e libertadora dele. Agindo assim, Jesus estava
enfrentando uma doutrina de mais de quatrocentos anos! Para um fariseu observante, aquilo que Jesus
fazia era uma coisa muito perigosa. Ele estava tocando e falando com leprosos,
comia publicamente com os doentes, deixava-se tocar pelos malditos e
endemoninhados. Por isso, sentindo-se ameaçados em sua doutrina pelo
comportamento e pela doutrina de Jesus, eles começam a combater a proposta
dele. Por isso, quando o leproso se aproxima de Jesus com dúvidas a respeito do
poder de curar, ele fica "cheio de ira". Cheio de ira por quê? Não se
pode duvidar do poder de Deus dado a Jesus! Há necessidade de uma conversão.
Por isso, purificado por sua fé em Jesus, o leproso torna-se uma testemunha
viva do poder de Deus manifestado em Jesus. Ele pode cantar como o salmista no Salmo de nossa celebração de
hoje: Feliz aquele que recebeu de Deus o perdão. Feliz
o pecador que foi absolvido de suas faltas! A ação purificadora de Jesus
traz uma nova vida para os fiéis.
Francisco Orofino e Frei Carlos Mesters.
ANO XLVIII - nº 6 - 04.02.2018 - ANO B.
DEUS CONOSCO – SEMANÁRIO LITURGICO
5º DOMINGO DO TEMPO COMUM
ANUNCIAVA POR TODA A
GALILEIA!
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CATEQUESE BÍBLICO-MISSIONÁRIA
As
leituras do domingo de hoje querem ser um alento para quem vive numa situação
de angústia, de tristeza ou de doença. Na primeira leitura, o grito de Jó é o grito das pessoas que arrastam
suas vidas em dores e sofrimentos. O tempo não passa para os aflitos e
desesperançados, para os enfermos e acamados. Onde
está a esperança das pessoas angustiadas?
No
Salmo de Meditação cantamos a certeza de que Deus é quem sustenta e
fortalece o pobre e o aflito. Essa certeza de fé está na raiz das ações de
Jesus. No Evangelho de hoje vemos Jesus sair da sinagoga e entrar na casa de
Simão Pedro, junto com seus discípulos. Eis a mensagem muito atual dessa
passagem do Evangelho. Jesus nos ensina a sair do
espaço da religião oficial e ir ao encontro de quem precisa, entrar em suas
casas, participar da vida das pessoas. A visita de Jesus revela a
presença de Deus na casa e na vida das pessoas. Essa é a nossa missão.
Temos que ser uma Igreja em saída, como pede o Papa Francisco.
Mas
nem tudo está bem na casa de Pedro. A sogra de Pedro está acamada, com febre.
Jesus vai até onde ela está. Ele não apenas entra na casa, mas entra nos locais
mais íntimos da vida familiar. Jesus se abaixa até ela, segura-a pelas mãos e a
ajuda a se levantar. Uma vez recuperada, a sogra de Pedro se coloca a serviço,
não apenas de Jesus, mas de todos os discípulos. Essa maneira com que Jesus
acolhe e atende os pobres faz com que muita gente vá em busca dele a ponto de
"a cidade inteira se reunir na frente da sua casa". Eles levam os
doentes e os possessos pedindo a Jesus cura e consolo.
Duas
atitudes de Jesus nos ensinam muito sobre como viver o Evangelho. Jesus sabe
que ele é instrumento da vontade do Pai. Por isso, ele se retira para rezar no
silêncio e na calma. Ele foge de qualquer tentação de uma popularidade que
pudesse lhe trazer fama e fortuna. O serviço aos
irmãos é gratuito e, como diz Paulo aos Coríntios, devemos abrir mão dos
direitos que a pregação do Evangelho nos confere. A gratuidade é uma prova da
autenticidade.
Muitas
de nossas casas são como a casa de Pedro. Muitos de nossos irmãos e irmãs não
participam da comunidade devido às doenças e enfermidades. Assim como Jesus
entrou na casa de Simão, também nós devemos ir ao encontro das pessoas
doentes em suas casas, levando uma mensagem, um apoio, um carinho. Como Jesus, devemos ser um sinal da paz de Deus para essas
pessoas angustiadas.
Francisco Orofino e Frei Carlos Mesters.
ANO XLVIII - nº 5 - 28.01.2018 - ANO B.
DEUS CONOSCO – SEMANÁRIO LITURGICO
4º DOMINGO DO TEMPO COMUM
OUVIR HOJE A VOZ DE DEUS!
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CATEQUESE BÍBLICO-MISSIONÁRIA
Como podemos
saber qual é de fato a vontade de Deus? A leitura do livro do Deuteronômio diz que o próprio Deus vai
suscitar do meio do povo um profeta que revelará tudo aquilo que deve ser
ouvido, acolhido e vivido. Esse profeta apontará o caminho da verdade
e orientará o povo nessa direção. O caminho proposto por Deus é o Reino. Quem
se coloca nesse caminho é convidado a construir, aqui e agora, uma sociedade
que traduza os valores presentes no projeto de Deus, revelados ao longo da caminhada
histórica do povo. Para nós, esse profeta é Jesus.
No evangelho de
hoje vemos Jesus em seu trabalho missionário. Ele percorre a região da
Galileia, fazendo-se presente nos lugares mais simples e afastados. Jesus vai nas
aldeias, nos pequenos povoados, nas cidades do lago. Visita às comunidades em
todos os cantos e lugares. Escolhe residir em Cafarnaum, uma cidade pesqueira à beira do mar da Galileia,
importante entroncamento de estradas, o que facilita seu trabalho de pregação da
proposta do Reino de Deus. Jesus conversa, anuncia, chama, convoca a todos.
O povo vem de todos os lugares para vê-lo e escutá-lo. Jesus acolhe a todos porque
quer que todos descubram e vivam a Boa Notícia do Reino. Ele começa seu
trabalho numa sinagoga, porque sabe que é lá que o povo se congrega. É na
sinagoga que Jesus transmite seus ensinamentos. O povo gosta de ouvir os
ensinamentos de Jesus porque ele fala da vida e de seus problemas.
Ora, num dia de
sábado, na sinagoga de Cafarnaum, havia um homem possuído de um espírito
impuro. Naquela época tudo estava misturado: doenças, enfermidades, possessões,
males e demônios. Os escribas
ensinavam que as doenças eram frutos da ação demoníaca. Os doentes eram malditos
e, por isso, deviam ser abandonados, marginalizados, excluídos das comunidades,
por mais que precisassem de apoio, de carinho e de solidariedade. Jesus faz o contrário. Ele começa seu ministério acolhendo e
curando os doentes. Agindo em favor dos doentes, Jesus revela uma nova imagem
de Deus, diferente da religião dos escribas. Ele revela Deus como Pai. O
povo gosta e acolhe Jesus como o profeta enviado por Deus, cuja palavra deve
ser ouvida e vivida. A vivência dessa Palavra é o verdadeiro caminho para o
Reino.
Francisco Orofino
e Frei Carlos Mesters.
ANO XLVIII - nº 4 - 21.01.2018 - ANO B.
DEUS CONOSCO – SEMANÁRIO LITURGICO
3º DOMINGO DO TEMPO COMUM
DEIXAR TUDO E PARTIR COM ELE!
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CATEQUESE BÍBLICO-MISSIONÁRIA
O evangelho
deste domingo narra o início da vida pública de Jesus. Depois de um
longo tempo em silêncio, preparando-se para sua missão, Jesus sai de Nazaré e
vai até o Jordão, onde João Batista fazia sua pregação e batizava as pessoas
que buscavam novos rumos para sua vida. No momento em
que Jesus é batizado, acontece nele uma profunda experiência de Deus que o faz
descobrir com clareza sua missão. Mas Jesus só começa sua pregação
“depois que João foi preso". O rei Herodes, em sua arrogância, pensava poder
prender e calar a Palavra de Deus! Para Jesus, a prisão de João Batista foi
um sinal de Deus de que ele devia começar sua missão e, assim, dar continuidade
à missão de João. 0 povo poder de Deus é mais forte que o poder de Herodes.
Jesus resume sua pregação em quatro frases: “Esgotou-se
o prazo! O Reino de Deus está próximo! Mudem de vida! Acreditem nesta Boa Notícia!”
São pedidos simples, mas que, quando assumidos, promovem uma profunda
transformação na vida das pessoas.
A primeira
leitura deste domingo quer nos ajudar a perceber o Reino. No livro de Jonas, o
profeta é enviado a Nínive, a grande cidade.
Sua pregação, como a pregação de João e de Jesus, também é de conversão e de
mudança radical de vida. Diante da conversão da cidade, Deus mostra sua
misericórdia e não executa o castigo previsto. O momento que vivemos pede rumos
novos para cada um de nós. Como ser fiel à Palavra nestes tempos de opressão
e marginalização? Como o Salmo deste domingo, também nós devemos pedir a
Deus: Mostra-me teus caminhos, Senhor, e guia-me na tua
verdade!
Atento aos fatos
de sua época, Jesus descobre neles a presença do Reino e, por seu modo de pregar
e agir, ele revela essa presença escondida do Reino no meio do povo pobre e
excluído. Jesus acolhe os doentes, os fracos, os desanimados. Também nós
devemos buscar os sinais do Reino de Deus que estão acontecendo hoje no meio de
nós. São esses sinais do Reino que pedem de nós uma radical conversão e uma
fé firme no Evangelho de Jesus, fazendo uma opção
pastoral pelos fracos e excluídos de nossa época.
A Palavra de
Jesus vai atingindo pessoas como André, Simão, Tiago e João. Neles a Palavra
vai produzindo efeito e eles vão mudando seu modo de viver. Rompem com a vida
que levavam e abandonam parentes, barcos, trabalhos e amigos. Começam a
caminhar com Jesus. O efeito da Palavra é despertar em
nós a missão, levando-nos a “caminhar na estrada de Jesus”.
Francisco Orofino
e Frei Carlos Mesters.
ANO XLVIII - nº 3 - 14.01.2018 - ANO B.
DEUS CONOSCO – SEMANÁRIO LITURGICO
2º DOMINGO DO TEMPO COMUM
VINDE, VEDE E ANUNCIAI!
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CATEQUESE BÍBLICO-MISSIONÁRIA
Jesus veio pregar o Reino de Deus. O Reino de Deus não é uma ideia grandiosa nem um catecismo de verdades dogmáticas. É, antes de tudo, um novo modo de viver a vida no seguimento de Jesus Cristo. Esse Reino só se tornará concreto se houver pessoas que respondam positivamente às propostas de Jesus. A adesão ao Reino pede gestos de vida bem concretos. No encontro com Jesus surge um novo horizonte na vida das pessoas, e desse encontro surge uma adesão ao caminho de Jesus. O batismo é o sinal dessa adesão, pois por ele passamos a ser discípulos e discípulas de Jesus. Neste domingo celebramos o surgimento do novo Povo de Deus, através da vocação e da missão dos primeiros discípulos de Jesus. Pelo batismo, todos somos chamados para a missão. Vocação e missão são os sinais de que o Reino de Deus está entre nós.
A primeira leitura narra o chamado profético de Samuel. A vocação de Samuel acontece gradativamente. Depois de vários chamados, o jovem Samuel, com a ajuda do velho Eli, começa a entender que é Deus quem o está chamando. E quando fica claro o que Deus está pedindo, ele acolhe sua vontade e responde: “fala Senhor que teu servo escuta". Vocação é estar atento aos chamados de Deus e saber assumir a missão. Toda pessoa vocacionada é uma resposta de Deus ao grito de alguém. Samuel exercerá sua vocação profética guiando e defendendo o povo de Deus. Neste ano de 2018 o Papa Francisco nos convida a refletir sobre o tema do Sínodo deste ano: "Os jovens, a fé e o discernimento vocacional". A vocação de Samuel nos ajuda nessa preparação para o Sínodo.
No Evangelho de hoje percebemos que existem várias formas de vocação. Os dois primeiros discípulos seguem Jesus porque João Batista o apontou e dele testemunhou.
Outros, como Simão, são chamados por pessoas que já estão no seguimento de Jesus. André simboliza os discípulos que buscam outros discípulos. Mas, independente da forma como as pessoas são chamadas ao seguimento, esse só acontece depois de um encontro pessoal da pessoa vocacionada com o próprio Jesus. Toda proposta vocacional encontra sua confirmação nesse encontro pessoal com Jesus. Afinal, vocação é "caminhar na estrada de Jesus“.
Francisco Orofino e Frei Carlos Mesters.
ANO XLVIII - nº 2 - 07.01.2018 - ANO B.
DEUS CONOSCO – SEMANÁRIO LITURGICO
1º DOMINGO DO TEMPO COMUM
ELE É O
SENHOR DO MUNDO!
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CATEQUESE BÍBLICO-MISSIONÁRIA
A
glória do Senhor brilhou sobre o mundo. Epifania:
manifestação do Senhor ao mundo inteiro. A solenidade da Epifania nos faz
experimentar tão perto a misericórdia do Senhor, pois do céu nos veio o
Salvador (Tt 3,4-7). Cristo é a luz, não uma luz
qualquer, mas a que resplandeceu dissipando toda a treva. Cristo
revelou-se a todo o povo de Israel, e em nossos dias, Israel é a humanidade
inteira. E quanta sede de verdade e de vida temos nós! Essa luz da
revelação divina atinge a todos os homens e mulheres. Cristo
é a estrela que brilha sem cessar e nos conduz à salvação.
Antes,
os magos puderam seguir a estrela e encontrar Jesus. Hoje, o próprio Cristo é a
luz, a estrela que nos conduz à redenção. Não há estrela mais reluzente que a do
Cristo. Não há luz mais forte em toda a face da terra, do que a do próprio
Jesus. Essa luz quer iluminar primeiro nosso coração, para que tenhamos os
mesmos sentimentos dele, e também nossa inteligência, para que percebamos
os sinais de sua presença e de seu amor nos fatos e acontecimentos de nossa
história. Se há noite ou trevas em nosso coração e em nossa inteligência, Ele
quer dissipá-las para que sejamos verdadeiramente livres.
Certamente
cada um de nós já pode experimentar essa luz. Já nos foi dado fazer, em
algum momento, a experiência da presença amorosa de Cristo, que nos liberta e
nos afasta das trevas que tentam nos escravizar. Porém, só é possível isto
se tivermos a abertura de coração, se abraçarmos
verdadeiramente a fé. Fazemos assim a experiência da Epifania do Senhor.
O próprio Senhor nos guia no encontro com Ele. Quando somos tocados pelo
forte desejo de viver, de servir, de nos oferecermos inteiramente a Deus,
estamos vivendo a Epifania em nossa vida.
Essa
experiência nos faz reconhecer a Jesus, no presépio, e o quanto a verdade
eterna penetrou nossa humanidade. Somos chamados a ser luz no mundo, e nossa
vocação de cristãos é ajudar aqueles que ainda estão caminhando devagar,
para que cheguem mais apressadamente ao presépio ou à gruta de Belém. O que
espera Cristo de nós? Que sejamos também uma luz no meio do mundo. Devemos sim
estar satisfeitos com o convite divino de sermos luz no mundo, sentindo
nossa responsabilidade de cooperar ativa e efetivamente no plano, no
desejo de Deus para com a humanidade; desejo divino tão bom e tão promissor
para todos os homens e mulheres.
Pe. Ferdinando Mancilio,
C.Ss.R.
ANO XLVIII - nº 1 - 01.01.2018 - ANO B.
DEUS CONOSCO – SEMANÁRIO LITURGICO
ANO DO LAICATO: “Sal da terra e
Luz do mundo" (Mt 5,13-14)
Dia Mundial da Paz e da Fraternidade
SOLENIDADE SANTA MARIA, MÃE DE
DEUS!
A FACE DO SENHOR RESPLANDECE
SOBRE NOS!
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CATEQUESE BÍBLICO-MISSIONÁRIA
O
tempo de Deus chama-se agora, e aqui Ele age com seu eterno amor. Ao
celebrarmos solenidade da Santa Mãe de Deus e o Dia Mundial da Paz, recordemos
o amor do Pai para com nossa humanidade, tão vivamente apresentada a nós
pela encarnação de seu Filho Jesus.
Nesta
solenidade da maternidade de Maria, celebramos Jesus, que quer dizer: “Deus
salva", e penetramos no profundo mistério de Cristo. Jesus é a perfeita
bênção de Deus para nós. Por isso, que meditamos na Palavra a chamada bênção de Aarão, conforme a
Primeira Leitura. Essa bênção, que é Jesus, é também o dom de nossa salvação e
a paz para todos os homens e mulheres. É nele que somos salvos e libertos.
Maria,
como Mãe de Jesus, por desígnio do Pai, continua a nos
indicar o caminho para seu Filho, a nos apresentá-lo, como o apresentou aos
pastores, pois sabe profundamente que Jesus é a oferta de salvação para todos os
homens e mulheres. Ela é a Mãe de todos os que nascem e renascem para a vida
divina.
Somos
cristãos e amamos a Jesus, o Filho de Deus nascido de Maria. Por isso, a paz
é o objetivo de todos os que amam com sinceridade de coração. Amar o Cristo
e assim estabelecer a paz entre nós. A paz é sacramento do Reino. Como
cristãos jamais poderemos deixar de realizar nossa parte em favor da paz.
Ela é da terra e do céu.
Assim,
a festa da maternidade de Maria nos conduz para dentro do projeto de Cristo,
acolhido pelos pobres, os pastores, e eles que são acolhidos por Ele. A bem-aventurança
da paz é dom messiânico, é
salvação trazida pelo Cristo, é nossa reconciliação com o Cristo e paz com
Deus e entre nós. Devemos sim, estar atentos à prática
da justiça, da honestidade, da equidade e solidariedade, pois elas são o
caminho que nos conduz à paz, paz entre as nações. A violência não põe
fim à guerra; mas a paz põe fim a guerra e a toda violência. Só por meio da paz
gerada pela justiça se poderá construir a harmonia entre os povos e nações. O papa
Paulo VI, em seu discurso na ONU, em 1965, terminou dizendo: “A paz, a paz deve
guiar o destino dos povos e da humanidade toda! Se quereis ser irmãos, deixai
cair as armas de vossas mãos. Não se pode amar com armas ofensivas em
punho“.
Celebrando
a maternidade de Maria e o mistério da encarnação do Redentor do mundo, tomemos
consciência de nossa missão de cristãos, realçando os valores do Evangelho que
nos levam à salvação e nos fazem, aqui e agora, experimentar a verdadeira paz.
Paz para você.
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